terça-feira, 5 de janeiro de 2010

COMO O CÉREBRO APRENDE

A medicina vem desenvolvendo inúmeros progressos trazendo à luz cada vez mais o entendimento dos processos associados ao funcionamento do cérebro humano. Hoje temos conhecimentos fantásticos nesta área nos mostrando detalhadamente os processos químicos e fisiológicos através dos quais as informações são trocadas e armazenadas no cérebro se projetando através dos dendritos e sinapses nas extremidades dos neurônios.

No entanto apenas estudos práticos e experimentais comprovam a influência profunda da intensidade emocional associada ao registro do acontecimento, na formação do perfil comportamental do indivíduo, determinando toda uma maneira específica deste agir e reagir pelo resto da vida a acontecimentos semelhantes ao já ocorrido. Quanto mais intensa a emoção associada ao acontecimento, mais intenso o registro, ou memória emocional associada, podendo gerar trauma, influenciar na identidade de uma pessoa, em seus valores e suas crenças.

No processo de gravação de informações no cérebro dois fatores são determinantes; o nível de intensidade emocional e as imagens associadas ao fato.

Vamos supor o exemplo de uma criança tagarelando incansavelmente e insistentemente até que o pai perde a paciência a repreende de forma irada. A criança assimila um "CALA A BOCA" associado a uma forte descarga emocional, onde a fisiologia alterada pela ira e a linguagem em tom de voz alterado do pai dão origem a uma imagem amplificada e distorcida da situação real. Naquele momento a criança passa a ver o pai como um monstro ou um carrasco que irá prejudicá-la. Instantaneamente surgem ligações neurais gravando no cérebro da criança uma associação desagradável entre se expressar e a repreensão recebida, pois esta combinação deu origem a emoções de medo, raiva e tristeza.Esta referência emocional passará a ser determinante no comportamento da criança levando-a a agir de forma a evitar desde então, se envolver em situação semelhante pelo resto da vida, evitando assim aquele sentimento desagradável vindo da repreensão.

Este fato pode ser a origem de uma crença na vida desta criança, a crença que esta não tem habilidade para falar e se expressar em público. Vamos supor que num futuro próximo esta vai para a escola e então o professor pede para ler um texto. Como já havia um registro emocional limitante, ocorre uma reação inconsciente para mantê-la afastada da exposição pública. Entra em ação seu sistema de preservação inconsciente, alterando a fisiologia e preparando a pessoa para fugir da situação. Isto ocorre através da descarga de adrenalina no organismo, fazendo o coração pulsar e o sangue circular mais intensamente, tornando sua pele avermelhada, fazendo suas pernas ficarem bambas e sua voz trêmula. Esta não podendo fugir e queimar toda esta adrenalina se lança de forma forçada a novamente se expor e novamente esta criança associa ao fato de se expor a um sentimento desagradável das emoções de medo da repreensão do professor e medo da reação dos colegas. Isto dá origem a uma imagem interior emotizada do insucesso que invariavelmente acaba ocorrendo.

Somos atraídos a realizar o que criamos em nossa mente através de imagens emotizadas. Uma vez confirmado o fato, esta associa a tristeza e a raiva de ter passado pelo ridículo e novamente o registro emocional da exposição pública associado ao desconforto emocional é intensificado.

Na próxima oportunidade que surgir na vida desta pessoa de se expor, novamente essas memórias do passado irão assombrá-la gerando imagens internas emotizadas pelo medo, raiva, tristeza que infalivelmente irá levá-la ao fracasso.

E quantas vezes nos deparamos com comportamentos limitantes onde o medo de ambiente fechado leva pessoas a terem pavor de aviões, elevadores, salas fechadas, síndrome do pânico de lugares altos, de algum tipo de inseto ou bicho, onde invariavelmente estes comportamentos têm suas raízes em fatos e acontecimentos que marcaram com grande intensidade emocional esta pessoa, principalmente até seus 14 anos quando todo o processo de aprendizagem emocional está ocorrendo em grande velocidade. A simples imaginação da situação é suficiente para a pessoa experimentar todo o desconforto e os sentimentos associados e que um dia deu origem à memória emocional, pois o cérebro não distingue o fato real do fato imaginado. Quantas vezes nos emocionamos diante de uma projeção de cinema que sabemos consciente e racionalmente não se tratar de um fato verídico, e mesmo assistindo ao filme novamente, somos mais uma vez envolvidos e nos emocionamos, não é mesmo?

O auto conhecimento é um processo intenso de auto descoberta, de poder acessar novamente de forma consciente estes registros do passado, então utilizando essa capacidade da mente inconsciente de não distinguir um fato real de um imaginado, poder ressignificar estes fatos origens de comportamentos indesejados, dando-lhes um outro significado e diminuindo a intensidade emocional negativa através da qual foram gerados.

Somente através de técnicas especializadas, utilizando alta tecnologia em reestruturação emocional e comportamental a pessoa poderá de forma rápida acessar este mundo maravilhoso interior e torná-lo claro e fértil onde então poderá semear com determinação e certeza seus objetivos e metas.

Fonte: http://www.opendreams.com.br/noticias.php?id=11

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